El Gran Sol Rojo del Amanecer

jueves, 19 de enero de 2017

Portugal: Dentro del marco del Primer Centenario se desarrolla vivazmente la campaña de coloquios en el seno del Partido Comunista de los Trabajadores


Centenário da Revolução de Outubro
Primeiro Colóquio de Lisboa

Arnaldo Matos

Respondendo ao meu convite do passado dia 30 de Dezembro publicado neste jornal, cerca de cinquenta pessoas, um terço das quais mulheres, compareceram na sede do Partido na Avenida do Brasil, em Lisboa, para participarem activamente no primeiro colóquio sobre a Grande Revolução de Outubro de 1917, realizado na capital.  

Em menos de uma semana, um comité espontâneo de militantes do Partido, dirigido pela camarada Rita, organizou a sala do colóquio para receber condignamente os participantes, engalanando-a com flores e faixas de palavras de ordem políticas alusivas aos temas essenciais que ali iriam ser – e foram - discutidos.

Compareceram militantes e simpatizantes do Partido e um grande número de camaradas que me têm criticado com desassombro no decurso do último ano. Todos foram fraternal e efusivamente recebidos, mostrando sem hesitação a alegria de poderem voltar a uma casa que sempre foi e será deles, como o é de toda a classe operária portuguesa e do movimento comunista internacional.

Aproveitei para fazer uma referência à mensagem do camarada João Morais, do Porto, que será publicada na íntegra no seguimento desta crónica, e, depois de elogiar e agradecer a dedicação dos camaradas, na sua maioria mulheres, na preparação do espaço público da discussão e saudar todos os camaradas presentes, com especial afecto para os meus críticos, procedi ao desenvolvimento coloquial das Teses da Urgeiriça sobre a Grande Revolução de Outubro de 1917, Teses que têm sido recebidas com verdadeiro entusiasmo em Portugal e no estrangeiro.

Desta vez, desenvolvi toda a minha argumentação a partir de uma breve análise da situação económica e social da Rússia czarista, chamando a atenção para o poderoso desenvolvimento do capitalismo imperialista russo, centrado em três regiões do império dos Romanov – o golfo da Finlândia, com a capital russa de Petrogrado, a região de Moscovo e Vladimir e a zona do norte do Mar Negro e do Mar de Azov, alertando para o facto de que as relações fundiárias burguesas mal estavam a nascer nas imensas estepes russas que se estendiam por mais de noventa milhões de quilómetros quadrados, desde o leste da Europa, na Ucrânia, ao Oceano Pacífico, em Vladivostoque, área em que mais de 60% de todas as terras revestia ainda a forma de decomposição da antiga propriedade comum do solo, a obshchina.

Da breve análise da situação das relações económicas e sociais de classe na Rússia czarista em 1917, refluí para o Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels, publicado em Fevereiro de 1848, e que tem sido o livro básico de estudo do Marxismo no Partido, depois da vergonhosa deserção da quadrilha de Garcia.

Passámos então a discutir fraternalmente, com interrupções, perguntas e respostas, na inteira liberdade de todos os presentes.

Li aos meus camaradas aqueles dois parágrafos do Manifesto do Partido Comunista, constantes do Prefácio da Edição Russa de 1882, assinado conjuntamente por Marx e Engels, e que, na minha modesta opinião, contêm a chave para a compreensão da natureza de classe da Grande Revolução de Outubro.

Transcrevo aqui esses dois parágrafos, para que os meus leitores, especialmente aqueles que estiveram comigo entre as 16H00 e as 20H00 de ontem, na sede do Partido na Avenida do Brasil, em Lisboa, possam exercitar por si sós a descoberta das conclusões que os comunistas de hoje devem extrair da aplicação do Marxismo ao estudo crítico da Grande Revolução de Outubro.

O Manifesto Comunista tinha por tarefa proclamar o desaparecimento inevitável e próximo da propriedade burguesa. Mas, na Rússia, ao lado da especulação capitalista em desenvolvimento febril e da propriedade fundiária burguesa em vias de formação, mais de metade da terra é possuída em comum pelos camponeses. Põe-se a questão de saber se a obshchina russa, forma em decomposição da antiga propriedade comum do solo, passará directamente à forma comunista, ou se terá de passar primeiro pelo mesmo processo de dissolução que sofreu no decurso do desenvolvimento histórico do Ocidente.

A única resposta que hoje se pode dar a esta questão é a seguinte: se a revolução russa der o sinal para uma revolução proletária no Ocidente, de modo a que ambas se completem, a actual propriedade comum da Rússia poderá servir de ponto de partida a uma revolução comunista.

Terminada a exposição da matéria, um pouco mais longa do que na realidade pretendia, choveram, com imensa alegria minha, perguntas de todos os quadrantes, onde me vi forçado a examinar teses de Lenine, Estaline e Mao Tsé Tung sobre as quais ainda não terminei os meus estudos.

Saí muito feliz do nosso Primeiro Colóquio de Lisboa sobre o Centenário da Revolução de Outubro, convicto de que há já no nosso Partido um conjunto de camaradas, incluindo alguns muito críticos, capazes de cumprir a tarefa urgente de levar de novo ao coração da revolução proletária em Portugal e em todos os outros Países, a teoria científica do Marxismo.

Gostei de vê-los empolgados no cumprimento das nossas tarefas de marxistas sob o lema de Proletários de todos os Países, Uni-vos!.

Estes Colóquios podem fazer-se em toda a parte, junto das operárias e dos operários nas fábricas, das assalariadas e dos assalariados rurais nos campos, e da juventude nas escolas. Estamos a seguir o bom caminho!

07.01.2017


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periodista obrero. Comunista (marxista-leninista). Antiimperialista, anticapitalista y antimilitarista.