VIVA
O 8 DE MARÇO!
DIA
INTERNACIONAL DA MULHER TRABALHADORA
O
dia 8 de Março, do ano de 1857, ficou para sempre marcado pela
heróica luta, exclusivamente de mulheres operárias e foi o prenúncio de todas
as lutas das mulheres trabalhadoras em todo o mundo, desde então, até ao
estádio actual do desenvolvimento capitalista, o imperialismo, que,
atravessando uma crise profunda neste sec.XXI, continua a reprimir e a oprimir
ferozmente o proletariado mundial e, em particular, as mulheres
trabalhadoras que são as primeiras a cair no desemprego, vendo o valor da
sua remuneração reduzido e os seus direitos à maternidade esmagados.
Aquelas
129 operárias tecelãs de Nova Iorque, revoltadas pela exploração a que estavam
sujeitas, a receber menos de 1/3 do salário dos homens pelas suas 16 horas
diárias, ergueram-se em luta e organizaram uma greve por melhores condições de
trabalho, contra a jornada de mais de 16 horas por dia, para 10 horas.
Em
resposta, a sua corajosa luta foi violentamente reprimida e de forma
intimidatória para qualquer movimento: foram trancadas na fábrica pelos patrões
e pela polícia que, não hesitaram em atear fogo à fábrica, assassinando-as
barbaramente, naquele 8 de Março de 1857.
A
discriminação, a opressão e a humilhação da mulher é uma das formas ardilosas
que o capitalismo encontrou para dividir operários e trabalhadores, lembremos a
esse respeito que, na segunda metade do Séc.XVIII, quando à Revolução
Industrial foi imprescindível para o seu desenvolvimento o trabalho das
operárias, o valor do seu salário foi ainda mais fortemente reduzido pela
burguesia do que o foi o dos operários homens. Consideradas inferiores,
foram obrigadas a cumprir jornadas até 17 horas de trabalho diário, em péssimas
condições de salubridade, e sujeitas a espancamentos e humilhações inauditas
face à mínima resistência.
Mas
“ …a mulher, quando ganha consciência da exploração e opressão de que é vítima,
tem uma inesgotável capacidade de revolta.”. A história está cheia de exemplos
de mulheres que lutaram pela sua liberdade e emancipação como o de uma heroína
destacada da Comuna de Paris (1871), Louise Michel, que declarou corajosamente
perante o Tribunal do inimigo: “Para mim, a revolução Social é o fim mais
precioso, e a minha força vem-me do facto de ser uma revolucionária. Se me
pouparem a vida, nunca deixarei de reclamar vingança.”
Sujeitas
a uma dupla exploração no local de trabalho e em casa, o sofrimento da mulher
trabalhadora e da mulher desempregada é infindável como infindável será a luta
corajosa que travará pela sua sobrevivência e a dos seus filhos.
A
mulher trabalhadora, também o sabemos, é a par das suas crianças, a maior
vítima da violência doméstica. Em 2014, foram mortas 42 mulheres segundo
relatório da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e em 2015 morreram
28 mulheres.
Hoje,
no nosso país, dos 536 750 desempregados registados em Janeiro deste ano, número
oficial do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que não conta
com os inactivos disponíveis para trabalhar, com o subemprego a tempo parcial e
desempregados ocupados, 280 990 são mulheres e 255 760 são
homens, tendo esse número aumentado em mais
49 mil face a 2013 e mais 191 mil em comparação com o registado em 2010.
A
luta pela redução do horário de trabalho para 35 horas semanais e 7 horas
diárias, o descanso semanal de dois dias, ao sábado e ao domingo, os 25 dias
úteis de férias anuais e as majorações em função da
idade e da antiguidade proposta pelo PCTP/MRPP, é uma luta justa que permite
unir todos os operários e trabalhadores e que se impõe com especial relevância
à mulher operária e trabalhadora, sobrecarregada, como sabemos, pelos cuidados
e trabalhos com os seus filhos e restante família, incluindo, mais do que nunca
os cuidados com os seus pais idosos, desprezados e abandonados à fome, miséria
e doença pelo chamado Estado Social.
As
mulheres trabalhadoras são efectivamente as maiores vítimas do desemprego e da
exploração imposta e ainda não alterada desde o governo Coelho/Portas que, em
cumprimento das exigências da Tróica e dos credores estrangeiros, por meio de
um autêntico golpe-de-estado apadrinhado por Cavaco Silva, tentaram liquidar
definitivamente esses direitos, conquistados pelas trabalhadoras e
trabalhadores da administração pública, impondo-lhes durante três anos uma
semana de quarenta horas de trabalho, com oito horas por dia, e o roubo de três
dias de férias, de quatro dias feriados por ano e de um dia de fim-de-semana.
Trabalhadores
e trabalhadoras da administração pública foram roubados, entre aumento da
jornada de trabalho não paga e aumentos de impostos, em cerca de 30% dos seus
rendimentos efectivos
O
mesmo roubo, de natureza e proporções idênticas, sofreram as operárias e os
operários de todas as fábricas e empresas portuguesas, tanto do sector público
como do sector privado. A semana das quarenta horas de trabalho, com oito horas
de trabalho diárias, cinco dias por semana, dois dias de descanso semanal, em
regra aos sábados e domingos, e 25 dias úteis de férias por ano, tudo direitos
conquistados por uma dura e áspera luta de âmbito nacional, travada em 1975 em
todas as fábricas e locais de trabalho do país inteiro, foram também objecto do
mesmo golpe-de-estado levado a cabo pelo mesmo governo de traição nacional
Coelho/Portas, a mando da Tróica e com apoio do energúmeno do Poço de
Boliqueime.
Operários
e operárias viram a jornada semanal de trabalho aumentada para 44 horas, e, em
média, as férias reduzidas para 22 dias úteis e o trabalho aumentado de quatro
feriados abolidos, e tudo isso sem aumento de salários, o que significa um
acréscimo da jornada semanal de trabalho em cerca de 17%, sem aumento salarial,
e ainda por cima com salários congelados na esmagadora maioria das fábricas e
empresas nos últimos quatro anos.
Tudo
visto e somado ao aumento dos impostos e sobretaxas, as operárias e operários
portugueses perderam durante o governo dos traidores Coelho/Portas, em média,
cerca de 1/3 dos seus rendimentos reais.
Não
há memória, nos últimos 70 anos posteriores à II guerra mundial, de ter
existido uma classe operária roubada como o foi a classe das operárias e
operários portugueses entre 2011 e 2015. (Comunicado do Comité Central do
Comité Central do PCTP/MRPP, de 19.02.2016)
A
luta da mulher pela sua emancipação e libertação é a
luta de todo o proletariado, de todas as classes exploradas e oprimidas pelo
capitalismo.
Este,
na sua forma actual de imperialismo, é o responsável, particularmente o
americano e o europeu, pela fome e miséria em todo o mundo e pela
opressão de todas as mulheres que vivem sob as ditaduras fascistas, donas do
petróleo e outras matérias-primas e, por isso, aliadas do imperialismo,
tais como a Arábia Saudita e outras.
E
hoje a guerra imperialista contra os povos da Síria, do Afeganistão,
Iraque e doutros países do Norte de África conduzida pelos imperialistas, a que
levou?
À
tragédia dos refugiados, ao maior sofrimento das mulheres que vêem os seus
filhos e os seus idosos morrerem sob as bombas e nas travessias do mar em
péssimas condições para chegarem à Europa onde encontram as polícias fortemente
armadas para atirarem a matar sobre estas famílias completamente desprotegidas
e uma Europa que se cerca com arames farpados como todos podemos
ver através das imagens da comunicação social.
Neste
contexto internacional, a luta que devemos travar no nosso país deve pautar-se
pelos objectivos que unem toda a classe operária aos restantes trabalhadores e
a todos os explorados e oprimidos:
Viva
a Semana de 35 horas!
7
Horas Diárias de Trabalho!
2
Dias de descanso Semanal!
25
Dias úteis de Férias anuais!
Majoração
em Função da Idade e da Antiguidade!
Viva
a luta de todas as mulheres trabalhadoras!
Publicado em
08.03.2016
Publicado por LUTA
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