Ontem
em Orlando; Um Dia Destes em Lisboa…

No
primeiro discurso à nação sobre o ataque à discoteca Pulse de
Orlando, Barack Obama falou de um “acto de terror e de ódio”, levando o
caso para o quadro de uma luta contra a autodeterminação sexual, na medida em
que a discoteca em causa era conhecida por ser frequentada por pessoas
lésbicas, bissexuais, transgénero e intersexo, conhecida por discoteca LGBTI,
na sigla actual.
Nas
suas primeiras palavras aos súbditos norte-americanos, faltou manifestamente a
Obama a seriedade e a coragem para reconhecer que o mais poderoso imperialismo
mundial – o imperialismo ianque – acabava de ser derrotado no seu próprio covil
por um jovem de 29 anos sozinho. E, ainda por cima, um jovem que havia sido
submetido, antes e por duas vezes, a interrogatório do FBI, a
polícia de investigação criminal dos Estados Unidos da América, sem que aquela
polícia tivesse podido deter o jovem jiadine e impedi-lo de consumar o seu acto
de guerra.
É manifestamente
impossível que uma operação militar da natureza e envergadura da que foi levada
a efeito em Orlando pelo jovem Omar Mateen tenha sido planeada, preparada,
organizada e executada por um só homem. Não espanta pois a incredulidade de
Barack Obama nas primeiras palavras dirigidas à nação ianque, quando lhe
custava reconhecer a vulnerabilidade e incapacidade dos Estados Unidos para
abortar um acto de guerra daquela natureza, mesmo quando o presumível agente tinha
estado por duas vezes nas mãos do FBI, e estava desde 2013, nos
últimos três anos, sob vigilância da polícia.
A Obama não restou
mais nada senão falar de terror e de ódio e de ordenar a
aplicação do estado de emergência em toda a Florida.
Enquanto Obama
tartamudeava e não reconhecia o ataque à discoteca Pulse como
um acto de guerra – um acto de terrorismo, na linguagem da Casa Branca – contra
o imperialismo americano, os dirigentes do FBI, no mesmo instante
em que o presidente se dirigia ao país, respondiam aos jornalistas no seguinte
tom: “Se consideramos isto um acto de terrorismo? Totalmente!”
E tudo isto
aconteceu a escassos seis meses do massacre de São Bernardino, na Califórnia,
quando um casal de paquistaneses, fortemente armado, tendo jurado fidelidade ao
Estado Islâmico através de uma publicação no facebook, atacou um
centro de saúde pública naquela cidade onde pululam portugueses, matou 19
pessoas e feriu outras 21.
Só quem for cego –
e não há pior cego do que aquele que não quer ver – insistirá em não
compreender que hoje todas as guerras são globalizáveis e mundializáveis: as
guerras do imperialismo americano e europeu no Magrebe, no centro de África, no
Oriente Médio e no Afeganistão não só não têm fim, como são travadas em teatros
de operações cada vez mais vastos, cada vez mais mundializados, e chegará
inevitavelmente aos territórios nacionais e super-defendidos dos próprios
imperialistas.
A conclusão a
extrair de tudo quanto antecede é apenas uma e impõe-se pela natureza dos
factos: nos dias de hoje, as guerras movidas pelo imperialismo contra os povos
do mundo assumem necessariamente duas frentes: uma frente nos territórios dos
povos agredidos pelo imperialismo e outra frente no território dos países
imperialistas opressores.
A própria guerra é
agora globalizável, e todas as guerras são na actualidade mundializáveis. Por
outro lado, cada guerra imperialista transformar-se-á em guerra civil
revolucionária no país onde for desencadeada, e todas as guerras imperialistas
transformar-se-ão – no interior dos próprios países imperialistas – em guerras
civis revolucionárias. Notem que os ataques desferidos pelos jiadistas
islâmicos em Londres, em Paris, em Bruxelas, em Madrid, em São Bernardino, na
Califórnia, na maratona de Boston, em Orlando, na Florida, são actos de guerra
levados a cabo por nacionais dos próprios países imperialistas – ingleses,
belgas e americanos – contra o poder imperialista dominante nos seus próprios
países. Estes actos de guerra, são actos de guerra civil revolucionária
interna, não externa.
E ontem, dia 13 de
Junho de 2016, um cidadão francês, Larossi Abballa, invocando agir ao abrigo do
Estado Islâmico, matou à facada, na cidade de Maganville, o chefe da polícia de
Mureaux, Jean Baptiste Salvaing, e a mulher deste, também polícia, antes de ser
morto pela tropa francesa. François Hollande não teve rebuço em declarar como
terrorista islâmico o ataque de Maganville.
Que o imperialismo
ianque ou gaulês sofram estes ataques militares demolidores nos seus próprios
territórios é coisa compreensível, visto que constituem apenas uma resposta
militar às agressões militares do imperialismo americano e francês aos povos
oprimidos e explorados do centro e do norte de África, do Próximo e do Médio
Oriente e do Afeganistão.
O que não se
compreende nem se aceita é que o governo português, no seu papel de lacaio do
imperialismo, atrele o povo de Portugal às guerras do imperialismo e coloque o
nosso País e o nosso Povo na situação de sofrer ataques retaliadores dos povos
oprimidos, explorados e agredidos pelo imperialismo.
Portugal não tem
nenhum interesse de nenhuma natureza em enviar tropas mercenárias para
defenderem os interesses do imperialismo francês no Magrebe e no centro de
África, ou para defender os interesses opressivos e exploradores do
imperialismo americano no Próximo e no Médio Oriente ou no leste da Europa,
como senilmente o têm estado a fazer.
Mais cedo ou mais
tarde, mais dia menos dia, os povos oprimidos pelas nossas tropas mercenárias,
lacaias do imperialismo americano, francês, inglês ou europeu, irão levar a
efeito no território português o mesmo tipo de actos de guerra que têm
desencadeado e continuarão a desencadear nos países imperialistas. Portugal é
aliás o único país da Europa que tem estado a fazer de lacaio dos
imperialistas: é o único país cujas forças armadas estão cada vez mais
colocadas ao serviço do imperialismo americano, francês e europeu, sem ter nem
defender qualquer interesse nessa submissão. Está lá, porque os governos
portugueses são governos de lacaios do imperialismo, são governos de traição
nacional, são governos de vende-pátrias.
Mais dia menos dia,
Lisboa chamar-se-á São Bernardino, Orlando, Boston, Paris, Bruxelas, Madrid ou
Londres.
Não porque sejamos
um país imperialista, mas apenas porque os nossos governos são governos lacaios
a soldo dos imperialistas.
Ora, o povo
português deve opor-se frontalmente à política governamental de submissão ao
imperialismo, porque essa política antipatriótica e antipopular não defende
nenhum interesse legítimo do povo português e atrela o nosso Povo e o nosso
País à política de exploração e guerra dos imperialistas.
Ergamo-nos como um
só homem contra a política governamental de submissão ao imperialismo
americano, francês e europeu, porque a nossa política é de paz e de amizade com
todos os povos e nações oprimidas do mundo.
Se não queremos ter
em Lisboa o que os belgas já tiveram em Bruxelas, os ingleses em Londres, os
franceses em Paris, os espanhóis em Madrid e os americanos em Orlando, então
opunhamo-nos firmemente contra o envio de tropas mercenárias portuguesas para o
Chade, para o Mali, para o Iraque e para o Afeganistão! A questão põe-se em
lutarmos agora contra o governo de traição nacional; não em nos queixarmos
depois.
14.06.2016
Arnaldo Matos
(El
editorial traducido al castellano)
Ayer en Orlando; Un día de éstos... Lisboa

En el primer discurso a la nación sobre
el ataque en el club nocturno de pulso Orlando, Barack
Obama habló de un " acto de terror y el odio" ,
tomando el caso al marco de la lucha contra la autodeterminación sexual,
ya que el club en cuestión era conocido por ser frecuentado por lesbianas,
bisexuales, transexuales e intersexuales, conocido para las discotecas LGBTI en
el acrónimo actual.
En sus primeras palabras a los sujetos
americanos, carecía claramente la gravedad Obama y el valor de reconocer que el
más poderoso imperialismo mundial - el imperialismo estadounidense - sólo había
sido derrotado en su propia guarida por un joven de 29 años solamente. Y
en la parte superior, un joven que había sido presentado antes y dos veces el
interrogatorio del FBI , la policía de investigación criminal
de los Estados Unidos de América, sin que la policía había sido capaz de detener
la joven jiadine y evitar que se consumar su acto de guerra.
Está claro que es imposible que una
operación militar en la naturaleza y escala de los cuales se llevó a cabo
en Orlando para joven Omar Mateen ha sido planificado, preparado, organizado y
ejecutado por un solo hombre. No es de extrañar la incredulidad, Barack
Obama, las primeras palabras que ha dirigido a la nación yanqui, cuando costaba
a reconocer la vulnerabilidad y la incapacidad de Estados Unidos para
anular un acto de guerra que la naturaleza, aun cuando el presunto delincuente
había estado dos veces en manos del FBI y ha habido desde
2013, en los últimos tres años bajo vigilancia policial.
El gobierno de Obama no quedó nada más
que hablar del terror y el odio y ordenar la aplicación de un
estado de emergencia en toda la Florida.
Mientras tartamudeava Obama y no
reconoció el ataque a la discoteca del pulso como un acto de
guerra - un acto de terrorismo, el idioma de la Casa Blanca - contra el
imperialismo norteamericano, los líderes de la FBI , en el
mismo momento en que el presidente se dirigió al país, respondió a la prensa
que el siguiente paso: "Si nos consideramos esto un acto de
terrorismo? Totalmente! "
Y todo esto sucedió unos seis meses de
la matanza de San Bernardino, en California, cuando un par de paquistaníes,
fuertemente armado, que tiene jurado lealtad al Estado islámico a través de una
publicación en Facebook , atacó a un centro de salud pública
en esa ciudad, donde enjambre portugués , mató a 19 personas e hirió a 21.
Sólo aquellos que son ciegos - y no hay
peor ciego que el que no quiere ver - insistir en no entender que hoy en día
todas las guerras son globalizáveis y mundializáveis: las guerras del
imperialismo americano y europeo en el Magreb, en el centro de África, Oriente
Medio y Afganistán no sólo no tienen fin, que están encerrados en salas cada
vez más vastas operaciones, cada vez más globalizados, e inevitablemente llegan
a los territorios súper-defendidas y nacionales de los propios imperialistas.
La conclusión que puede extraerse de lo
anterior es sólo uno y es impuesta por la naturaleza de los hechos: en la
actualidad, las guerras impulsadas por el imperialismo contra los pueblos del
mundo necesariamente toman en dos frentes: uno frente a los de los territorios
atacados por el imperialismo y otro frente en el territorio de los países
imperialistas opresores.
La guerra misma es ahora globalizada, y
todas las guerras son en mundializadass hoy. Por otro lado, cada guerra
imperialista se convertirá en la guerra civil revolucionaria en el país se
dispara, y todas las guerras imperialistas se convertirá - dentro de los
propios países imperialistas - en las guerras civiles revolucionarias. Tenga
en cuenta que los ataques realizados por los yihadistas islámicos en Londres,
París, Bruselas, Madrid, en San Bernardino, California, en el maratón de
Boston, en Orlando, Florida, son actos de guerra llevaron al cable nacional de
los propios países imperialista - Inglés, belga y estadounidense - en contra de
la potencia imperialista dominante en sus propios países. Estos actos de
guerra, son actos de guerra civil revolucionaria interna, no externa.
Y ayer 13 de junio de 2016, un
ciudadano francés, Larossi Abballa, invocando actuar bajo Estado Islámico mató
al arma blanca en la ciudad de Maganville, el jefe de la policía Mureaux, Jean
Baptiste Salvaing, y la mujer de este, también la policía, antes de ser
asesinadas por las tropas francesas. François Hollande no Rebuco a
declarar como Maganville islámica terrorista del ataque.
Que el imperialismo yanqui o galo
sufren estos demoledores ataques militares en su propio territorio es algo
comprensible, ya que sólo son una respuesta militar a la agresión militar del
imperialismo norteamericano y francés a los pueblos oprimidos y explotados del
centro y norte de África, Oriente Próximo y Oriente Medio y Afganistán.
Lo que no entiende o no acepta es que
el gobierno portugués, en su papel de lacayo del imperialismo, enganche de la
población de Portugal a las guerras imperialistas y poner a nuestro país y
nuestra gente en la situación de los que sufren ataques vengadores de los
pueblos oprimidos, explotados y abusados por el imperialismo.
Portugal tiene ningún interés de
ninguna clase en el envío de tropas mercenarias para defender los intereses del
imperialismo francés en el Magreb y en el centro de África, o para defender los
intereses de opresión y exploradores estadounidenses del Próximo y Medio
Oriente o Europa del Este, como el senilmente han estado haciendo.
Tarde o temprano, tarde o temprano, los
pueblos oprimidos por nuestras tropas mercenarias, lacaias del imperialismo
estadounidense, Francés, Inglés o europeo, se llevarán a efecto en el
territorio portugués el mismo tipo de actos de guerra que han desencadenado y
continuarán desencadenar en los países imperialistas. Portugal es de hecho
el único país de Europa que ha estado haciendo lacayo de los imperialistas: es
el único país cuyas fuerzas armadas se colocan cada vez más al servicio del
imperialismo estadounidense, francesa y europea, sin o defender algún interés en
la presente comunicación. Es allí porque los gobiernos portugués son
lacayos del imperialismo gobiernos son gobiernos nacionales traición son los
gobiernos venden tierras.
Tarde o temprano, será llamado
Lisboa-San Bernardino, Orlando, Boston, París, Bruselas, Madrid o Londres.
No porque somos un país imperialista,
pero sólo porque nuestros gobiernos son gobiernos pagamos lacayos de los
imperialistas.
Ahora el pueblo portugués deben
oponerse frontalmente a la política del gobierno de sumisión al imperialismo,
porque esta política antipatriótica y anti-populares no respalda a ningún
interés legítimo del pueblo portugués y aprovecha nuestra gente y nuestro país
la política de explotación y la guerra de los imperialistas.
Nos erguimos como un solo hombre contra
la política del gobierno de sumisión al imperialismo estadounidense, francesa y
europea, porque nuestra política es paz y amistad con todos los pueblos y
naciones oprimidos del mundo.
Si no tenemos en Lisboa que los belgas
han tenido en Bruselas, los británicos en Londres, los franceses en París, el
español en Madrid y los estadounidenses en Orlando, a continuación, nos
opunhamo firmemente contra el envío de tropas mercenarias portuguesas a Chad a
Mali, a Irak y Afganistán! La cuestión se plantea en la lucha ahora contra
el gobierno de traición nacional; no quejarse después.
06/14/2016
Arnaldo Matos
Publicado por Luta Popular
No hay comentarios:
Publicar un comentario