El Gran Sol Rojo del Amanecer

jueves, 21 de septiembre de 2017

PCTP-MRPP: En defensa del derecho del Pueblo Catalán a realizar el referéndum y decidir sobre su independencia.

A Luta do Povo Catalão pela sua Independência

Arnaldo Matos


Esta manhã, a polícia espanhola, armada até aos dentes, desembarcou no porto de Barcelona em navios de assalto, tomou várias dependências do governo catalão – a Generalitat – prendeu o secretário-geral das finanças Josep Maria Jové, na realidade o nº 2 do ministério, e mais uma quinzena de pessoas, tudo altos quadros e dirigentes governamentais, nomeadamente Josep Luis Salvadó, secretário daquele ministério, Josué Sallent Rivas, responsável pelo Centro de Telecomunicações e Tecnologias de Informação, e Xavier Luiz Farré, do Gabinete dos Assuntos Sociais.

O presidente do Governo Regional da Catalunha, Carlos Puigdemont, acusou de pronto o governo espanhol de “suspender de facto a autonomia da Catalunha” e de “aplicar o estado de excepção”, do mesmo passo que apelou aos catalães para “responderem com firmeza e serenidade”.

Utilizando um grande e aparatoso dispositivo de combate, a Guarda Civil assaltou, ainda esta manhã, a sede do Departamento de Assuntos Exteriores, que funciona na residência oficial do presidente da região autónoma da Catalunha.

A Guarda Civil assaltou igualmente o Departamento de Trabalho e Assuntos Sociais e a residência particular de Joan Ignasi Sanchez, do Departamento de Governação. Estão atracadas no porto de Barcelona duas das embarcações militares que participaram no assalto e se destinam agora a alojar os agentes da Guarda Civil que tomaram de assalto as instalações do governo autonómico e prenderam os dirigentes indicados.

Estes assaltos e prisões promovidos pelos fascistas espanhóis provocaram imediatamente fortes concentrações de protesto do povo catalão e de outros cidadãos, nomeadamente estrangeiros, nos locais das operações policiais, sobretudo junto dos departamentos de Economia e do Trabalho.
E de imediato também, milhares de trabalhadores e outros cidadãos começaram a concentrar as suas forças de protesto nas Ramblas e na Praça das Glórias Catalãs, em Barcelona.

Ao começo da tarde havia concentrações de patriotas catalães por toda a Catalunha: de Girona a Terragona, de Lérida às terras de Ebro, e concentração de espanhóis em apoio da Catalunha até nas Portas do Sol, em Madrid…

O governo colonial-fascista de Rajoy pretende pela ocupação militar e policial submeter a Catalunha e o povo catalão à exploração e opressão do capitalismo espanhol. E, no caso, é apoiado pelos partidos de direita, incluindo o partido social-monarco-fascista, o PSOE.

Hoje mesmo ainda, o governo fascista de Rajoy ameaçou prender os cerca de setecentos autarcas catalães, que corajosa e patrioticamente oferecerem as instalações municipais sob seu governo para a realização do referendo convocado pelo parlamento autonómico para o dia 1 de Outubro próximo.

O conflito entre Madrid e a Catalunha dura há mais de trezentos anos. O dia nacional da Catalunha – a Diada – celebra-se às 17H14 minutos do dia 11 de Setembro, em invocação do dia, hora e minuto exactos em que as forças armadas do povo catalão caíram em Barcelona, em 1714, fez agora trezentos e quatro anos, perante as tropas do rei castelhano Filipe V.

A Catalunha é a Região mais rica de Espanha, com um produto interno bruto bastante superior ao de Portugal, muito embora tenha apenas sete milhões e meio de habitantes e a sua superfície seja inferior a um terço da área do nosso país.

Pois esta região, que é obrigada a alimentar o capitalismo espanhol e o seu sistema de exploração e opressão imperialistas, é precisamente aquela a quem o governo de Rajoy cortou ontem o dinheiro necessário para que os catalães possam gerir o seu orçamento autonómico e que, no assalto da guarda civil desta manhã ao governo catalão, tenha precisamente visado atacar, antes de tudo e sobretudo, os departamentos da economia e do trabalho…

É longa, muito longa, a profunda amizade que liga o povo português ao povo irmão da Catalunha. Essa amizade vai a caminho de quatro séculos, pois nasceu, manteve-se e reforçou-se no ano em que os portugueses perderam a sua independência para os espanhóis, em 1580. A luta conjunta pela independência de cada um dos dois países – Portugal e Catalunha – do domínio espanhol tornou possível a recuperação da nossa independência, em 1640, assim como irá tornar possível a independência catalã, mais dia menos dia.

Cumpre-nos pois denunciar o assalto policial desencadeado pelo governo fascista de Rajoy na manhã de hoje em Barcelona aos departamentos governamentais autonómicos da Catalunha, e condenar a opressão sofrida pelos catalães e as prisões dos seus dirigentes, por ordem do governo neo-colonial e fascista de Mariano Rajoy em Madrid.

E, para mais, exijamos o respeito pelo direito que tem o povo catalão de realizar o seu referendo e decidir da sua independência em relação à Espanha.

Independentza, como Portugal!
20Set17













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periodista obrero. Comunista (marxista-leninista). Antiimperialista, anticapitalista y antimilitarista.